24 de novembro de 2010

Skank - Canção Noturna




Skank - Ao Vivo: Ouro Preto (2002)

15 de outubro de 2010

Comer Rezar Amar


Afogar as mágoas viajando pelo mundo, conhecendo lugares e gente bonita é muito bom! Haverá terapia melhor? E sem se preocupar com dinheiro. Esse foi o caso da escritora americana Elizabeth Gilbert que escreveu a autobiografia: Comer rezar amar em que relata a viagem pela Ítalia, Índia e Indonésia. O livro virou best-seller e já vendeu mais de 4 milhões de exemplares e agora está nas telas do cinema numa adaptação de Ryan Murphy.

Para quem não assistiu ao filme: Liz (interpretada por Julia Roberts) se encontra infeliz na sua vida e no seu casamento, com dúvidas se a maternidade lhe cairá bem e se deseja ter uma família nos moldes da sua mãe. Ela enfrenta um divórcio traumático ao mesmo tempo em que se entrega a um novo amor (James Franco). Sua tristeza e carência, porém, são responsáveis pelo naufrágio do seu romance. Liz decide então fazer uma viagem, como ela própria intitula de “autodescoberta”, a fim de conhecer a Itália, onde exercita o prazer de comer; a Índia para praticar a arte da devoção, e por fim visitando a Indonésia, onde espera encontrar equilíbrio entre as duas coisas. Talvez a autora quisesse comprovar a veracidade do aforismo de Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo e serás imortal”.

O filme é fraco! Aquele velho problema das adaptações literárias que não ficaram bem nas telas. Perdeu-se a essência do livro, os verbos do título não foram bem conjugados no filme, e algumas cenas ficaram tolas e sem sentido. Os diálogos têm muitas frases e conselhos ‘ralos’, ou seja, sem profundidade, de lideres espirituais que mais parecem tirados de biscoitos da sorte. Julia Roberts incorporou o papel, mas não há muita química entre ela e o brasileiro interpretado pelo espanhol Javier Bardem, que não convenceu com o seu português carregado de sotaque. O bom do filme é a fotografia, imagens de Bali e flashes de uma Roma magnífica e convidativa para o “dolce far niente”.

Assim como aconteceu com O Código da Vinci, em que muitos turistas refazem o caminho percorrido em Paris pelos personagens do livro da trama de Dan Brown. O "turismo religioso" de Liz deve ter incentivado muitas mulheres pelo mundo afora, em busca de preencher o vazio da alma e loucas para encontrar um ‘Javier’ "prá chamar de seu!"

Elizabeth é aparentemente uma mulher forte, que teve a coragem de ‘virar a própria mesa’, ao se encontrar infeliz, pediu demissão do emprego para passar um ano viajando. Romper com o conhecido, que te faz infeliz, mas que te dá segurança, não é fácil, principalmente para as mulheres. Se somos autores das nossas escolhas e omissões, onde podemos fazer sacrifícios? Aonde nossas escolhas estão nos levando? Será que não devemos raciocinar como o gato de Alice (o gato a que me refiro é o de Lewis Caroll) : O caminho a seguir, depende de para onde se quer ir! Mas se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. No entanto, é preciso está em paz com as nossas escolhas.

Na busca da ‘transcendência divina’, porém, a personagem deseja um deus que se encaixe na vida dela, mais não o contrário. Porque ela própria já se julga um deus. Mas um deus fajuto que não consegue resolver nem os seus problemas existenciais e se livrar da depressão. Ao mesmo tempo, Liz afirma que deseja alguém que lhe mostre Deus. Não precisamos viajar à Índia para encontrar um deus, podemos encontrar Deus sem sair de casa, pois ele é onisciente, onipresente e onipotente. Jesus Cristo é o único caminho que leva a Deus! Ele diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (BÍBLIA. N.T. João, 14:6) Deus só faz morada em nosso coração se primeiro abrirmos a porta para ele. O livro está cheio de enganos com relação a Deus. Como por exemplo afirma que céu e inferno são a mesma coisa e ambos são amor! Se ambos são amor por que a autora procura o divino? Céu e inferno existem: “Portanto o inferno grandemente se alargou, e se abriu a sua boca desmesuradamente; e para lá descerão o seu esplendor, e a sua multidão, e a sua pompa, e os que entre eles se alegram.” (BÍBLIA. A. T. Isaías, 5: 14). Cabe a cada um escolher!

Ively Almeida


1 de outubro de 2010

“Duas coisas enchem-me o espírito de admiração e respeito [...] O céu estrelado lá fora e a lei moral dentro de mim”. Kant

Museu do Vaticano


Conversa no MSN, com Rubem B. Oliveira, sobre a degradação moral do ser humano nos dias atuais.

Segundo o filósofo alemão Kant, do século xviii, o ser humano é o fundamento de si mesmo, tanto em relação à produção do conhecimento (livro: a crítica da razão pura) como em relação aos parâmetros da moral e da ética (a crítica da razão prática). Dessas duas monumentais obras, a segunda é o que interessa para a minha rápida conclusão sobre essa encruzilhada desse nosso processo civilizatório.

Para que o homem seja o fundamento de si mesmo, seria necessário que ele tivesse algo de essencialmente diferente dos demais seres vivos. A essência do homem é a liberdade. O ser humano é livre. Sartre afirma que o homem está condenado à liberdade, ele tem, sempre, que escolher, e mesmo que não escolha, já é uma escolha.

Se o mundo do homem é o mundo da escolha e não da ordenação mecânica, ou instintiva, o ser humano tem que escolher por si mesmo: o que vai comer, como vai se relacionar com a natureza e com o próximo, essas relações não estão dadas como no mundo animal.

Se essa relação com o próximo, por exemplo, não está dada, ele tem que construí-la, no dia a dia e socialmente. E pra construir uma relação para o convívio social (nenhum homem é uma ilha) ele precisa de um princípio universal, que seja bom para ele e para todos, e na sua obra: a crítica da razão prática, Kant expõe esse principio (a partir do qual ele vai construir todo o seu discurso ético e moral)

Esse princípio é simples, e há quem diga que ele se inspirou na Bíblia, para construir tal princípio “a minha liberdade termina quando começa a do outro” ou “nunca faça ao próximo o que não gostaria que fizessem a você mesmo”, o princípio ético bíblico seria “amai ao próximo como a ti mesmo” é claro que existem diferenças “mas existe uma certa semelhança, na intenção no geral, que é o “respeito”. no princípio bíblico tem a questão do amor etc.

O problema é que estamos em falta com esse, ou esses princípios, eles são parte do discurso ético, mas não da formação ética do nosso mundo “pós moderno” onde tudo ou quase tudo relativizou-se.

Esses princípios pulverizaram-se.

Quem vai resgatar esses princípios: a justiça, a família, a escola, as igrejas etc. nós, nesse fio tênue do cotidiano?

Se o ser humano é “livre” para fazer as suas escolhas, e ele é quem faz suas próprias escolhas, então ele deve está fazendo a escolha errada, e se somos capazes de julgar nossas escolhas, se ela é boa ou ruim, onde está a origem desse problema?

Onde devemos, ou em que momento esse problema deve começa a ser corrigido? Se eu não estou enganado foi Rui Barbosa que disse “Eduquem as crianças e não precisarás julgar os homens” Mas será que só uma boa educação ou formação é suficiente?

Não será que esses princípios éticos e os valores materialistas, consumistas, da riqueza medida apenas em termos de dinheiro, do nosso capitalismo que ignora tudo que não pode ser transformado em dinheiro, e que destrói tudo, indiscriminadamente, para transformar em dinheiro, não estão em choque, e chegamos numa grande encruzilhada, e que teremos que fazer a grande escolha, ‘A Escolha’:

Ou esse sistema capitalista que tudo destrói e divide ou nossos princípios tão caros a humanidade, tão importante para o nosso aprimoramento, e para um feliz convívio comunitário e em comunhão escolheremos o essencial: “o que é invisível aos olhos.”

Fizemos por acaso uma opção pela felicidade individualista dos bens materiais, mais ainda há tempo e visão para enxergarmos uma outra concepção de felicidade.

A ‘felicidade’ que tiramos dos bens materiais, pode ser tirado com a mesma intensidade ou até mais de outros valores: amizade, fraternidade, solidariedade, altruísmo, lealdade etc., as atitudes de grandes homens da história estão carregados de tantos valores: Cristo, Gandhi, Buda, independente de religião...

A nossa crise ética e moral é uma crise de conflitos de valores: acreditamos que devemos respeitar a natureza mas queremos nossos móveis de “mogno” que tem que ser mudado todos os anos, pois temos que estar na moda, acreditamos no valor do outro, filho de Deus como eu, portador de direitos humanos como eu, mas quero e preciso comprar produtos, que são produzidos por trabalho infantil, por trabalhadores que ganham salários miseráveis. Valorizo a humildade, mas, vivo e quero a ostentação, valorizo e admiro Cristo dividindo pães e peixinhos, mas quero, e acumulo riquezas, excluindo uma multidão do mínimo para sobreviver...

Onde você mora? Moro na civilização ocidental ‘cristã capitalista’, que paradoxo é esse? Como desatar esse nó, esse cinismo, essa hipocrisia? Oh! Vós que entrais aqui, abandonai todas as esperanças. “Dante no inferno.”

Se o significado da palavra diabo é aquele que divide, e a nossa civilização está dividida, entre os valores que prega e realmente precisa, e os valores que realmente pratica e reproduz, então, essa civilização é do diabo.

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Rubem Oliveira é Professor de História com pós-graduação em Ensino de História.

28 de agosto de 2010

Debates formatados


Os debates eleitorais são uma forma de discutir ideias, contestar razões, examinar prós e contras de um assunto, questionar propostas e principalmente avaliar os candidatos a cargos políticos. Certo? Errado, aqui no Brasil, a forma como são conduzidos os debates não permitem nada disso. As regras são tão rígidas que impedem que aconteça um verdadeiro debate. Os candidatos ficam presos, alguns verdadeiros robôs, apenas recitando o discurso decorado, mais parece uma encenação de novela mexicana, com atores treinados por marqueteiros e assessores passando “fila” em cada intervalo.

No debate com os presidenciáveis que aconteceu na internet, promovido pela Uol e Folha, os internautas puderam fazer perguntas, porém os candidatos tiveram acesso a elas antes do debate, para evitar o fator surpresa, evita-se também o improviso, pois há risco de os candidatos “escorregarem” nas respostas. Ademais, quando o candidato não responde uma pergunta, o jornalista não pode fazer uma réplica, nem questioná-lo. E, no fim, os debates viram discursos inconclusos, apenas com troca de farpas e acusações, sem discussão de propostas e políticas que possam efetivamente mudar alguma coisa nesse país.

A 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pra o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu em Natal, em julho desse ano, promoveu um encontro com os candidatos à presidência da República. Longe de ocorrer um debate, para assegurar uma verdadeira democracia, os candidatos compareceram em dias separados. Sendo a SBPC o maior evento de ciência e tecnologia do país, onde participam autoridades e representantes das sociedades cientificas, doutores e gestores do sistema nacional de C&T, estudantes, pesquisadores e o público em geral, nada mais coerente e oportuno que ocorresse também um debate entre os presidenciáveis! Afinal, uma das propostas da SBPC é propiciar um fórum de debates de políticas públicas em C&T. Mas, tamanha transparência e exposição de ideias não são de interesse dos “políticopatas” de Brasília. O candidato do PSDB, José Serra, sequer compareceu ao evento da SBPC, o convite foi recusado, com a desculpa de outros compromissos.

Com candidatos tão parecidos ao cargo de Presidente da República, é necessário identificar os grupos e interesses que eles defendem; investigar contradições; tentar descortinar os véus por trás de discursos ininteligíveis. Que valor terá a democracia se o eleitor não souber votar?! Como não temos outros meios de mudar as coisas, senão pela política, que se há de fazer? É aceitá-la. Do contrário, corre-se o risco de desencantar-se por ela.

Ively Almeida

27 de julho de 2010

O Segredo dos seus Olhos


“Os olhos são o espelho da alma.” Acredita-se que os olhos não mentem. Eles revelam o nosso coração, os nossos sonhos, as nossas paixões, os nossos ‘deuses’... Os olhos falam. E como falam! São também motivo de inspiração dos poetas. Como observou Mário Quintana: “Quem não compreende um olhar, tão pouco compreenderá uma longa explicação”.

O segredo dos seus olhos ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Na época o filme ficou meio esquecido, devido às discussões em torno do melhor filme e do irritante ‘azul’ de Avatar. Nem se quer foi lançado nos cinemas de algumas cidades (é o caso de Natal). Do diretor argentino Juan José Campanella, o filme conta a história de um oficial de justiça aposentado, Benjamin Espósito, que resolve escrever um livro contando a história de um caso de estupro e assassinato, ao mesmo tempo em que rememora uma paixão mal resolvida. O personagem faz um resgate do que passou, e a trama se desenvolve alternando presente e passado.

É um filme forte, denso, seus diálogos são interessantes e prendem a atenção do telespectador do começo ao fim, como por exemplo, o diálogo em que Espósito, inconformado com o rumo que tomou a sua vida, questiona: “Como se faz para viver uma vida vazia? Como se faz para viver uma vida cheia de “nada”?”

Os atores também são excelentes e a fotografia do filme emprega os efeitos de profundidade de campo, desfoque... sempre dando destaque aos olhos, que dá o título ao filme. Quando os personagens estão calados, os olhares dialogam ‘silenciosamente’.

Particularmente, gosto dos filmes que conseguem unir drama, romance e policial ao mesmo tempo, sem se tornar piegas, previsível ou cair no lugar-comum. E o filme de Campanella faz isso com louvor. Ele alcança êxito também ao incluir elementos do contexto histórico do país ao retratar as ‘safadezas’ do governo. Parabéns aos hermanos, é a segunda vez que a Argentina leva o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Ively Almeida

13 de julho de 2010

Eterno Drummond

Ponte sobre o Rio Tibre - Roma

Elegia 1938
Carlos Drummond de Andrade

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas de dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.  
                                                                                                            

24 de junho de 2010

Chuvas no Nordeste e Copa do Mundo

Branquinha - Alagoas (Foto: O Globo)

As chuvas que castigaram o Estado de Pernambuco e Alagoas fizeram um estrago comparável à passagem de um tsunami, no entanto, nos principais sites de notícias e jornais do Brasil, o assunto não ganhou as primeiras páginas, é lamentável o descaso da mídia para uma tragédia como essa. Em dias de Copa do Mundo, o show não pode parar! Pois a Copa é mais importante! Quem mandou a chuva cair justo nessa data?! Afinal é Nordeste! Povo sofrido, que já morre de fome mesmo.

Os dois Estados já contabilizaram 45 mortes, no Estado de Pernambuco o total de desabrigados já passa de 80 mil. Como se não bastasse, a burocracia pode atrasar o socorro as vitimas, já que os municípios têm que enviar relatórios com a avaliação dos danos, para o dinheiro ser liberado pelo governo federal. Segundo notícia publicada hoje (24 de junho) no site do UOL: O deputado federal Paulo Rubem Santiago (PT-PE) afirmou que os ministérios da Educação, Saúde e Cidades estariam aguardando o envio de relatórios detalhando os prejuízos para programar a liberação de novos recursos, destinados à reconstrução de casas, escolas, hospitais e equipamentos públicos de uma forma geral. Tem município que nem Prefeitura tem mais, além de outros prédios públicos que ficaram destruídos com a passagem das enchentes, como vão pois enviar relatórios?? Esqueceram de avisar ao nobre deputado que “quem tem fome tem pressa” quem está desabrigado, sem remédios e escolas também!

Ively Almeida

7 de junho de 2010

Queen - I Was Born To Love You




12 de junho - LOVE IS ALL YOU NEED!   :-)

       

28 de março de 2010

Fotografia: uma paixão


Lembro de um slogan da Kodak há alguns anos, que dizia: “Fotografe! é emocionante.” Hoje em dia a arte de fotografar está muito popularizada e globalizada. Quem não se lembra da famosa máquina descartável Love? Tirávamos as fotos e depois a entregávamos para revelar, uma graça! A fotografia está presente em nossas vidas que percebamos ou não, pois todos os dias somos bombardeados com imagens pela mídia, televisão, internet... A fotografia está na publicidade, no cinema, na história... aliás, fotografia é história!

A fotografia serve para documentar e retratar os horrores de uma guerra, serve de denúncia para fatos, é matéria de prova, além de ser uma poderosa mídia de persuasão. A fotografia é uma forma de comunicação internacional, pois com ela não existe barreiras de línguas e idiomas. Não dá para imaginar um mundo sem a fotografia, penso que seria um mundo sem graça e sem cor. Como recordar um casamento, uma formatura? Como éramos a 20 a 30 anos atrás? A lembrança de amigos que nunca mais vimos? Pessoas importantes que se foram? A lembrança daquelas férias maravilhosas?... Através da fotografia recordamos o que vivemos. Como disse o grande fotógrafo francês, Henri Cartier-Bresson, “As coisas das quais nos ocupamos, na fotografia, estão em constante desaparecimento, e, uma vez desaparecidas, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las retornar. Não podemos revelar e copiar uma lembrança.”

A imagem fala. Fotos comunicam beleza. A beleza das paisagens, da natureza, a beleza humana, é pura imaginação e criatividade! Uma vez que podemos por meio dela expressar nossas idéias e interesses. A partir da fotografia existe o antes e o depois. “A fotografia tem poder de significação ao afirmar que o que foi fotografado existe.” Revela culturas e hábitos. Todos algum dia já experimentaram o prazer de tirar uma foto, de congelar momentos para serem lembrados depois. Nossas festividades e comemorações quase sempre são acompanhadas de fotos. E o bom da era digital: é que hoje se você não gostar da sua cara na foto é só deletar. :-) (se câmera for sua, claro). Essa máquina mágica captura sentimentos e pode revelar a alma. Com a fotografia em apenas um instante, digo: em apenas um ‘clique’ eternizamos um momento. “Fotografe! é emocionante!”

Ively Almeida

7 de março de 2010

Avatar


Depois de mais de 2 meses em cartaz, resolvi assistir ao filme Avatar, do diretor James Cameron, levada pela curiosidade. Qual a explicação psicológica ou antropológica para esse filme está fazendo tanto sucesso? :-) Com recordes de bilheteria, no Brasil e no mundo, o filme já virou game, artigos de consumo... etc É também o filme mais caro da história do cinema, segundo estimativas não-oficiais o valor de produção chegou aos US$ 400 milhões.

Para mim, o único mérito do filme são os seus efeitos visuais surpreendentes. A tecnologia empregada é realmente um marco para o cinema, Assistir um filme em 3D é muito interessante. A Floresta de Pandora (o mundo onde vive os na’vis) é belíssima, parece que estamos vendo uma floresta verdadeira, a fauna e a flora apresenta minúcias de detalhes que parecem reais, até os mosquitos parecem saltar da tela. Os seres criados por Cameron também chamam atenção, alguns são uma mistura de cachorro com lobo...as expressões faciais do seres são muitos semelhantes a seres reais e os cenários são maravilhosos.

Em que pese tudo isso, o roteiro do filme é fraco, cheio de clichês e os diálogos com muitas frases de efeito: "Vamos combater terror com terror" “A diplomacia falhou novamente" etc. Também a mensagem ecológica do filme é passada de uma maneira fantasiosa e irreal, um mundo onde a natureza resolve ajudar os humanóides e envia animais, pássaros e demais bichos da floresta para combater a guerra e a destruição da floresta. É brincadeira não!?

Mas o principal objetivo e mensagem de Avatar é negar Deus! Com direito a rituais de incorporação da ‘mãe de santo’ dos na’vis, Avatar transmite sua mensagem de espiritualidade de uma forma natural e romântica para entrar na cabeça dos telespectadores. No filme os na'vis adoram 'Eyra’ a deusa mãe, que para eles é uma rede de energia que controla tudo. O filme prega a adoração a uma árvore, comunhão com os espíritos e iguala Deus as forças e leis do universo. É lamentável que um filme como esse faça tanto sucesso. Até a própria cientista do filme no fim diz: que “está com Eyra, e que ela é real” É sabido que os cientistas são pessoas céticas, mas no filme de Cameron a ciência se rende aos rituais de adoração a natureza e a propaga como a verdade absoluta.

Adorar a natureza ao invés do criador é rejeitar Deus. Cristo é o único digno de receber toda honra e adoração. O Senhor criou todas as coisas e pela sua vontade foram criadas.

“Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmos, 19:1)

Alegre-se o campo com tudo o que há nele; Todas as árvores dos bosques cantam com júbilo, alegremente, ao Senhor! (Salmos, 95:12)

A religião que Avatar promove, com as cerimônias xamânicas exibidas no filme, proclamando um falso movimento ambiental, sabe-se lá com que propósitos econômicos escondidos, é um engodo! Um retorno ao paganismo dos romanos, gregos e indígenas americanos.

O espetáculo visual de Avatar é magnífico, mas ‘cinema não é só efeitos visuais’. Se você não assistiu o filme não perdeu mais do que isso.

Ively Almeida 

19 de janeiro de 2010

Último discurso de Zilda Arns


População haitiana nas ruas da capital Porto Principe


[...]

A construção da Paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social.


A Paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância" (Jo 10.10).


Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e morais de nossa Igreja, ser como Ela, mestres em orientar as famílias e comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de outras religiões, em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esforçar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e saúde, como prioridade absoluta.


O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança. Assim, nós somos chamados para anunciar as experiências positivas e os caminhos que levam as comunidades, as famílias e os pais a serem mais justos e fraternos.


Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que força propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o Amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade. Todo esse caminho necessita de comunicação constante para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa missão de fé e vida. Cremos que essa transformação social exige um investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Esse desenvolvimento começa quando a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de Paz e Esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças.


Não é por nada que disse Jesus: "... se vocês não ficarem iguais a estas crianças, não entrarão no Reino dos Céus" (MT 18,3). E "deixem que as crianças venham a mim, pois deles é o Reino dos Céus" (Lc 18, 16).
[...]


Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas sociais está relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, com a eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações, para a preservação e restauração do meio ambiente. Como destaca o recente documento do papa Bento 16, "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), "a natureza é um dom de Deus e precisa ser usada com responsabilidade". O mundo está despertando para os sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise econômica demonstrou a inter-relação entre os países.

Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações. É a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da paz.

Zilda Arns
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O discurso não chegou a ser lido, pois poucas horas antes, Zilda morreu no terremoto que atingiu o Haiti. A médica estava no país para participar da Assembleia da Conferência dos Religiosos do Haiti, e o discurso seria lido no dia 12, durante o evento.