29 de outubro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

Como qualquer cinéfila, aguardava ansiosa o lançamento, aqui na minha cidade, do filme: Ensaio sobre a cegueira, do cineasta Fernando Meirelles. As críticas negativas que o filme recebeu, não são justas nem verdadeiras, mais uma vez Meirelles não decepciona em sua adaptação. O filme é ótimo, não obstante as cenas chocantes de um estupro coletivo, o filme deixa espaço para meditação sim! Sua metáfora é de fácil compreensão, com uma pitada de ironia e humor negro.
Em nossa sociedade ‘pós-moderna’, a cegueira impera no mundo. O homem perdeu o referencial do outro. Somos incapazes, cada vez mais, de enxergar alguém que não seja nós mesmos. Olhamos apenas em torno de si mesmo, raramente conseguimos enxergar os problemas dos outros quando estamos voltados apenas para o nosso ‘eu’. Quando a cegueira toma conta: vem a desordem e o caos. Assim como aconteceu no filme, cegueira produz injustiça social, desigualdade e fome no mundo. Pessoas são subjugadas por outras, num total desaparecimento da figura do nosso próximo.
O homem sem Deus não consegue enxergar o seu semelhante, só conseguimos sentir compaixão com o sofrimento alheio e amar o outro, quando primeiro, o amor de Cristo está em nós. Os nossos olhos são abertos quando temos um verdadeiro encontro com Cristo. “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. O horror e a decadência vividos pelos personagens do filme, são palpáveis e batem a nossa porta, até quando continuaremos cegos?
Como afirmou Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.
Ively Almeida

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